Sobre o blog

Aqui gosto de ficar.
Quando canso da lida, da luta, do sol, do dia a dia,
quando canso da espera, da procura, do ruído, do silêncio…
Venho descansar à sombra desta árvore.
E é aqui que descubro o quanto sou e quantas sou.
É aqui que descubro que sou diversa, que sou adversa,
que sou noite, que sou dia, que sou eterna, que sou infinita.

A inspiração para a criação dos versos acima e deste espaço veio de uma canção. A “Canção Óbvia”, de Paulo Freire, um dos mais belos poemas que já li. Escrita em 1971 e publicada em 2000, na Pedagogia da Indignação, de tão óbvia, é linda a canção.

Canção Óbvia (Paulo Freire)
Escolhi a sombra desta árvore para
repousar do muito que farei,
enquanto esperarei por ti.
Quem espera na pura espera
vive um tempo de espera vã.
Por isto, enquanto te espero
trabalharei os campos e
conversarei com os homens e mulheres
Suarei meu corpo, que o sol queimará;
minhas mãos ficarão calejadas;
meu pés aprenderão o mistério dos caminhos;
meus ouvidos ouvirão mais,
meus olhos verão o que antes não viam,
enquanto esperarei por ti.
Não te esperarei na pura espera
porque o meu tempo de espera é um
tempo de quefazer.
Desconfiarei daqueles que virão dizer-me,
em voz baixa e precavidos:
É perigoso agir
É perigoso falar
É perigoso andar
É perigoso, esperar, na forma que esperas,
porque esses recusam a alegria de tua chegada.
Desconfiarei também daqueles que virão dizer-me,
com palavras fáceis, que já chegaste,
porque esses, ao anunciar-te ingenuamente,
antes te denunciam.
Estarei preparando a tua chegada
como o jardineiro prepara o jardim
para a rosa que se abrirá na primavera.”

Uma resposta para Sobre o blog

  1. Luimar de Oliveira Sousa disse:

    Paulo Freire, foi um Educador, um pensador, um pesquisador, um intelectual…, de uma sabedoria extraordinária, que lutou incansavelmente com muita ética para combater o Analfabetismo no Brasil. Pois, com certeza uma nação consciente, saberá se prevenir das doenças, com maior oportunidade de adquiri a sua independência financeira, votam conscientes, não se tornando refém dos sanguessugas dos cofres públicos.
    Luimar.

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